Processo de vinificação

Nas Adegas, é feita uma triagem das uvas para avaliação do estado sanitário. Após serem pesadas e verifi­ca­do o grau alcoólico provável pelo refractómetro (instrumento de medição do teor em açúcar da uva) é feita a selecção do tipo de uvas, de acordo com o tipo de vinho que se pretende obter. A partir daqui, dá-se início ao delicado processo de transformação. O mosto resultante da prensagem é sujeito a uma fer­men­tação, que pode ser parcial ou total, e posterior fortificação.

O processo de fortificação consiste na paragem da fermentação com a adição de álcool vínico a 96% vol. A escolha do momento da interrupção da fermentação faz-se de acordo com o grau de doçura pretendido para o vinho, podendo-se, com este procedimento, obter quatro tipos de vinho: o seco, o meio-seco, o meio-doce e o doce.

Findo este processo, os vinhos podem ser submetidos a um dos dois processos de envelhecimento: “Estufagem” ou “Canteiro”.

Envelhecimento

Os processos de envelhecimento utilizados para o Vinho Madeira são a «Estufagem» ou o «Canteiro».

«Estufagem»

O vinho é colocado em estufas de aço inox, aquecidas por um sistema de serpentina, por onde circula água quente, por um período nunca inferior a 3 meses, a uma temperatura entre os 45 e 50 graus Celsius. Concluída a «estufagem», o vinho é sujeito a um período de «estágio» de pelo menos 90 dias à temperatura ambiente. A partir deste momento pode permanecer em inox, ou ser colocado em cascos de madeira, até reunir as condições que permitem ao enólogo fazer o acabamento do vinho, para que possa ser colocado em garrafa, com a garantia de qualidade necessária. No entanto, estes vinhos nunca podem ser engarrafados e comercializados antes de 31 de Outubro do segundo ano seguinte à vindima. São vinhos maioritariamente de lote.

Estufagem

«Canteiro»

Os vinhos seleccionados para estágio em «Canteiro» (esta denominação provém do facto de se colocar as pipas sob suportes de traves de madeira, denominadas de canteiros) são envelhecidos em cascos, normalmente nos pisos mais elevados dos armazéns onde as temperaturas são mais elevadas, pelo período mínimo de 2 anos. Trata-se de um envelhecimento oxidativo em casco, desenvolvendo os vinhos, características únicas de aromas intensos e complexos. Os vinhos de canteiro só poderão ser comercializados, decorridos pelo menos 3 anos, contados a partir de 1 de Janeiro do ano seguinte ao da vindima.

Canteiro